Eu sempre quis ter um Blog.

Na minha juventude a Internet não era um fenômeno. Com a conexão discada, a única pagina virtual que costuma visitar era o bate papo da uol, um pedacinho virtual de diversidades, que a todo custo deveria ser utilizado corretamente.

Com o crescimento da rede outras formas de utilização foram surgindo, lembro-me do primeiro contato com a rede social orkut, ainda no idioma inglês, aquilo não me atraiu, o google muito menos, a língua americana sempre foi uma divisora de águas nas minhas escolhas.

Não demorou, e grande parte do entretenimento virtual tornou-se “poliglota” fazendo com que meu interesse aumentasse.

Já não vivia apenas a vida real, por outro lado, tudo girava em torno deste fantástico e atraente mundo virtual.

Certo dia o líder de jovens de onde congregava me convidou para participar de uma peça teatral, nunca me simpatizei com eventos deste tipo na igreja, logo procurei em minhas anotações algum material que validasse aquele acontecimento segundo a visão bíblica.

Frustrado com a procura, tive uma grande idéia, (que naquele tempo não era comum), ”Procurar no google algum estudo bíblico sobre teatro na igreja”.

Depois de muita procura, encontrei algo que fazia um paralelo entre a origem do teatro e o uso desta ferramenta na igreja, logo sistematizei os dizeres, e imprimi.

No dia seguinte, entreguei aquele ”dossiê” ao líder dos jovens, mesmo não tendo resultado algum, senti o maior defensor da fé cristã de todos os tempos.

Logo à noite retornei ao site de artigos cristãos e lá me deparei com alguns links, os chamados blogs apologéticos.

O primeiro que clique foi logo no púlpito cristão, (acho que o nome púlpito me atraiu) na primeira página havia uma matéria interessante, uma jovem fazendo algumas perguntas relacionadas ao sexo antes do casamento.

Como um “grande defensor da fé e dos bons costumes”, comentei este artigo, aguardando ansioso pela resposta tanto do autor como de outros comentaristas.

Depois disto minha vida cristã se resumiu em entrar nos blogs apologéticos todos os dias e comentar, comentar e comentar.

Confesso teve dias que comentava por passatempo, outros para ficar em primeiro lugar no ranking dos comentaristas, outras vezes por amor a palavra, o que nunca ocorria era um dia sem comentar.

Mesmo que por diversas vezes meus comentários não eram aprovados, nunca deixei de opinar ou questionar os autores.

Passava muito tempo na frente do computador com essa missão, debater e muita das vezes criticar um posicionamento contrário a “sã doutrina” (Eu acreditava que Eu era o dono da verdade rs).

O tempo passou e toda essa experiência trouxe-me coisas boas e por outro lado coisas ruins, tento esquecer as más experiências, e aprender com os erros, o melhor e mais importante de tudo isso é que, desde o primeiro momento que tive contato com a blogosfera cristã uma frase não saiu da minha mente: Eu Sempre quis ter um Blog.